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Coluna ponto de vista traz “O Poder Da Determinação”, pela diretora do IP Eliziane Gorniak

Conheça a trajetória de vida da diretora do Instituto Positivo

Coluna ponto de vista traz “O Poder Da Determinação”, pela diretora do IP Eliziane Gorniak

Conheça a trajetória de vida da diretora do Instituto Positivo

Olá! É com muita alegria que aceitei o convite para compartilhar um pouco mais da minha trajetória profissional e apresentar o caminho que percorri até chegar à posição que ocupo atualmente, a de diretora do Instituto Positivo.

Nasci em Curitiba e cresci ao lado de duas irmãs um pouco mais velhas em uma família muito amorosa e acolhedora. Meus pais nasceram de famílias de agricultores, pessoas humildes, em uma pequena cidade próxima à capital paranaense e tiveram poucas oportunidades de estudo. Meu pai exerceu a profissão de policial militar e minha mãe de cozinheira hospitalar.

Toda a minha Educação Básica eu cursei em escolas públicas, exceto durante o primeiro ano do Ensino Fundamental, período em que ganhei uma bolsa em uma escola particular.

Desde pequena, gostava muito de praticar esportes e atividade física. Minha mãe, quando eu tinha nove anos, acredito que cansada de tanto me ouvir batendo a bola contra a parede, me matriculou em uma escola de voleibol. Era meu sonho! E tirar boas notas era uma condição para me manter ali fazendo o que eu tanto amava.

Nunca fui uma aluna brilhante na escola, mas estava sempre pronta para ajudar nos diferentes projetos e iniciativas que a escola proporcionava: desfiles, feiras e eventos culturais e esportivos. E não era apenas no colégio. Ainda pré-adolescente, na igreja em que frequentava, eu gostava de auxiliar nas leituras e atuava como coroinha – cheguei até a me tornar a líder dos coroinhas, responsável por ajudá-los a conhecer os ritos e por organizar a agenda de participação nas missas. Algum tempo mais tarde, segui treinando e jogando voleibol: me tornei capitã do time e assim segui por muitos anos.

Voltando à minha família… Meus pais, que tanto se amavam, sempre comentavam conosco que não seriam capazes de viver um sem o outro. Parece que o destino se encarregou de atender ao desejo deles. Quando eu tinha 15 anos, eles partiram devido a um acidente de carro. Foi um dos momentos mais dolorosos e difíceis que eu e minhas irmãs vivemos, mas, apesar disso, hoje compreendo que as experiências vividas em decorrência dessa perda me transformaram.

Lembro-me de que, em algum dos inúmeros momentos de reflexão logo após o acidente, eu cheguei a fazer um acordo comigo mesma: que eu seria a minha melhor companhia e que iria estudar mais do que nunca, pois seria por meio dos estudos que eu conquistaria os meus sonhos.

Terminei o Ensino Médio e entrei na faculdade de Educação Física. Como boa parte dos jovens brasileiros, eu estudava e trabalhava para poder me manter financeiramente. A rotina era bastante puxada, mas não havia outra saída a não ser aprender a ser resiliente. Passei por alguns empregos e estágios, sempre levando comigo aquele acordo. Fiz uma excelente faculdade. Tinha notas excelentes e o respeito dos meus colegas e professores. E, então, consegui um estágio no Banco HSBC após um longo e difícil processo seletivo. O objetivo da minha posição era ajudá-los a desenhar e a implementar o primeiro programa social logo após a chegada da empresa ao Brasil. Tratava-se de um programa social para atender durante o ano todas as crianças que cantavam nas janelas do Palácio Avenida no tradicional evento de Natal. De um contrato inicial de estágio na minha área de formação, que deveria ter durado apenas seis meses, fui criando projetos que eles consideraram interessantes e acabei ficando por dois anos. Quando me formei, fui convidada a assumir a coordenação do programa, que à época já contava com onze pessoas. Recém-formada, me matriculei em um curso de inglês e me dediquei aos estudos até alcançar a fluência, o que abriu muitas portas.

De coordenadora de um projeto local em Curitiba, fui convidada alguns anos mais tarde a assumir a coordenação de Educação da área de Responsabilidade Social do banco. Passei a ter uma equipe maior para coordenar tanto em Curitiba como em São Paulo. Naquela época, tive a oportunidade de conhecer diversas iniciativas e lideranças sociais e participar de reuniões executivas, as quais me permitiram aprender muito sobre liderança, comunicação e gestão.

Mais à frente, veio a oportunidade de ajudar a implementar o Instituto HSBC Solidariedade, o que ampliou de forma significativa a atuação social da empresa. Na ocasião, pude apoiar o time comercial no desenvolvimento de produtos financeiros com atributos sociais, que revertiam recursos para os projetos ambientais e educacionais da empresa. A proximidade com os profissionais da área comercial foi muito rica para entender mais de marketing e vendas.

Alguns anos mais tarde, quando a empresa adotou a estratégia de fazer aquisições de outros bancos para crescer em representatividade na América Latina, fui convidada a pensar e implementar um projeto regional, em colaboração com os colegas de doze países, visando ampliar o impacto social da empresa na região. Foi um enorme desafio, por diversos aspectos, entre os quais a língua, mas, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade para conhecer pessoas e apoiar diferentes realidades que precisavam tanto quanto ou até mais que o Brasil.

Saí após 11 anos de empresa para assumir o desafio de participar da fundação do Instituto Positivo. Desde o princípio, me apaixonei pela proposta, pelas possibilidades de atuação e pelo potencial do Grupo Positivo de gerar impacto social e educacional em tantas vidas.

Durante essa trajetória, fui comandada em grande parte por mulheres, e tive bons e não tão bons exemplos de gestão. Mas aprendi muito com todas elas, inclusive com seus equívocos. O início da minha carreira aconteceu em um ambiente muito competitivo e por vezes hostil, mesmo que estivesse relacionado à área social. Quando havia situações difíceis e eu podia contar com minhas gestoras, eu as buscava. Quando não, eu me questionava: “O que tal pessoa [geralmente alguém que era referência para mim] faria nessa situação?”. E isso me ajudou muitas vezes, pois nem sempre temos todas as respostas, e essas referências podem funcionar como um farol em meio à escuridão.

Nessa caminhada, vivi momentos incríveis os quais guardo afetuosamente na memória. E também tive momentos difíceis: excesso de trabalho, excesso de responsabilidades, muitas noites e fins de semana sacrificados, pouco espaço para erros e muita cobrança. Tive que aprender a lidar com o estresse e com pessoas difíceis e acabei desenvolvendo uma doença autoimune. Liderança não é fácil, mas aprendi que precisa dizer não mais vezes, além de identificar e respeitar os meus limites. Também optei por adiar a maternidade, tornando-me mãe biológica aos 40 anos. Sabia que precisaria de um momento diferente em minha vida para poder gestar e cuidar. Mas, desde os 30 anos, sou “mãe do coração” de um lindo enteado, tendo a oportunidade de cuidar diariamente, orientar e vê-lo, ao lado de meu esposo, se tornar um grande homem.

Sou grata pelas pessoas que passaram pela minha vida e ajudaram a me fortalecer profissionalmente. Me ensinaram o que deve ou não ser feito para alcançar melhores resultados, ter uma equipe de alta performance e ter um clima organizacional de qualidade.

Estou há 11 anos no Grupo Positivo e sinto-me honrada de trabalhar diariamente nesta empresa, ao lado de pessoas que eu tanto aprecio – sejam elas membros da minha equipe, meus pares, meu gestor ou meus colegas. Entendo que para exercer a liderança é preciso acreditar no propósito da empresa e ter alinhamento de valores. Sinto que efetivamente atuamos com simplicidade, união, dedicação, ética e respeito às pessoas visando um objetivo tão nobre em nossa sociedade: apoiar a formação de pessoas melhores.

Quando olho para trás, consigo entender que alguns fatores contribuíram muito para a minha carreira: o primeiro deles foi o estudo – seja o inglês, as especializações, o mestrado ou os estudos realizados em cursos pontuais. Sempre tive muito claro que eu seria a principal responsável pela minha carreira e, seguindo o acordo que fiz comigo mesma ainda na adolescência, estudar estava entre as prioridades. O segundo deles foi a relação que estabeleci com mentores e a oportunidade que tive de também ser mentora. Quando eu identificava alguém que dominava uma habilidade a qual eu ainda sentia que precisava desenvolver, pedia ajuda ou feedbacks e, aos poucos, fui aprendendo. Também sentia e sinto muita satisfação em colaborar com pessoas que pedem orientações e aos poucos vê-las crescerem. O terceiro fator que contribuiu para a minha carreira foi a confiabilidade que carrego. Nenhuma relação saudável se sustenta na base da desconfiança ou insegurança. Então, sempre busquei cumprir os combinados, alcançar ou superar os resultados estabelecidos e fazer o que era certo. Poderia até vir a cometer erros, mas sempre tentando acertar.

Atualmente, tenho me dedicado a resgatar a história da minha família, tanto materna quanto paterna. Sinto um enorme prazer quando encontro um dado que me ajuda a entender melhor o passado e, por meio dele, o presente. Descobri que estou aqui hoje devido à garra, amorosidade e força dos meus antepassados, que vieram da Polônia buscando deixar para trás a guerra e inúmeras restrições. Entre eles, mulheres simples, amorosas, fortes e brilhantes. Sem dúvida, se tornaram uma grande fonte de inspiração.

Tenho algumas frases que me acompanham, mas, para finalizar meu relato, deixo uma de Aristóteles, da qual gosto muito:

Nós somos repetidamente o que fazemos. A excelência, portanto, não é um feito e sim um hábito.Aristóteles

Entendo que ela se encaixa em diversos aspectos da nossa vida: nos relacionamentos, no trabalho voluntário, nos esportes, no cuidado com a saúde e, também, na vida profissional. Pois não é só no trabalho que precisamos cultivar a excelência, mas também, e especialmente, nos momentos de descanso, de lazer em família ou com os amigos, quando oferecemos ajuda para alguém que busca apoio, enfim, em tudo aquilo que faz nossa vida valer a pena!

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