Widgetized Sidebar

This panel is active and ready for you to add some widgets via the WP Admin

Como funciona o dia a dia de uma Escola Social?

Para garantir o desenvolvimento das crianças, o CEI Maria Amélia, mantido pelo Grupo Positivo, conta com uma equipe de profissionais que atua longe dos holofotes

Como funciona o dia a dia de uma Escola Social?

Para garantir o desenvolvimento das crianças, o CEI Maria Amélia, mantido pelo Grupo Positivo, conta com uma equipe de profissionais que atua longe dos holofotes

Quando pensamos em escola, automaticamente imaginamos uma sala de aula, estudantes concentrados descobrindo novos mundos e professores empenhados em promover o desenvolvimento dessas crianças e jovens. Mas uma instituição de ensino, sobretudo uma escola social, como é o caso do Centro de Educação Infantil (CEI) Maria Amélia, é mais do que isso: ela conta com uma rede de profissionais trabalhando para fazer as engrenagens funcionarem.

Às 4h15 toca o despertador da primeira das oito pessoas que atuam diretamente nos bastidores do CEI Maria Amélia. O trajeto da Rose (como Rosemari Vitorio é chamada pelos colegas) para o trabalho mais parece uma viagem. Morando em Piraquara, ela pega três ônibus e, em situações normais, leva cerca de uma hora e meia para chegar ao trabalho. No retorno para casa é a mesma coisa: “Se o ônibus não quebrar ou atrasar, consigo chegar em casa por volta das 19h”, explica ela.

Enquanto Rose está no caminho para o trabalho, sua companheira de função, a também cozinheira Maria Luiza Posnik, ou Luiza, para os colegas, e, ainda, Tia Lu, para as crianças, chega ao CEI Maria Amélia. Morando em Santa Felicidade, próximo à escola, Luiza é a responsável por abrir a cozinha, por volta das 6h15. Na sequência, Rosane Marinho Vendramim, quase vizinha da unidade, integra o time. Juntas, as três são responsáveis por comandar a cozinha, que prepara quatro refeições diárias para as cerca de 100 crianças que ficam na escola em período integral.

Você sabia?
Fundada em 2010 como Associação Maria Amélia (AMA), o Centro de Educação Infantil (CEI) Maria Amélia é uma escola social e teve essa mudança no nome a partir de 2018, quanto passou a ser administrado pelo Instituto Positivo e ter a parte pedagógica gerenciada pelos Colégios Positivo. 

Barriguinha cheia, prontos para aprender!

O CEI Maria Amélia recebe crianças de 11 meses a 5 anos de idade e tem um cardápio pré-definido pela nutricionista Vanessa Queiroz, responsável também pelas unidades do Colégio Positivo. Vanessa explica que a estrutura das refeições segue a recomendação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para alunos do ensino integral. Para crianças de até dois anos, por exemplo, os alimentos são isentos de açúcar e têm quantidade reduzida de sal. Para os maiores, esses condimentos vão sendo introduzidos aos poucos.

A refeição de crianças de até 12 meses também precisa de atenção especial: é preciso respeitar a consistência indicada para a fase de introdução alimentar. “Não utilizamos produtos industrializados, como os achocolatados ricos em açúcar – é tudo feito com cacau”, exemplifica Vanessa. O cardápio é enviado para a escola semanalmente, já que assim é possível considerar o estoque de alimentos e a aceitabilidade das crianças. A nutricionista salienta que a definição das refeições é sempre feita em conjunto com as cozinheiras e a direção da escola, levando em conta as particularidades da unidade.

O CEI Maria Amélia oferece o café da manhã logo na entrada das crianças, que começam a chegar perto das 7h. Para isso, as cozinheiras preparam tudo a partir das 6h10. A primeira refeição geralmente é composta por um pãozinho com algum recheio, que pode variar entre requeijão ou queijo e manteiga, por exemplo, e chá ou leite com cacau. A partir das 10h30, começa a ser servido o almoço, elaborado sempre com arroz, feijão, proteína, uma opção de guarnição e outra de salada. Enquanto as “tias” preparam a refeição, um cheiro delicioso toma conta da escola.

Depois da alimentação, é hora do soninho: as crianças têm um tempo de descanso, que varia de 60 a 90 minutos. Esse momento é importante para repor as energias da manhã agitada e aumentar a concentração nas atividades da tarde. Enquanto os alunos descansam, as tias Rose, Lu e Mari permanecem na cozinha a todo vapor, higienizando e cortando a porção de fruta do dia, que é servida assim que as crianças despertam.

Por volta das 15h, as crianças se preparam para receber o lanche da tarde. Essa é a refeição mais diversificada do cardápio da escola, que pode alternar entre bolo caseiro, pão de queijo e, em períodos mais frios, sopa ou risoto. As crianças menores fazem todas as refeições na sala, enquanto as turmas de Educação Infantil 4 e 5 se revezam para utilizar o refeitório.

O cuidado com a alimentação das crianças é ainda maior por se tratar de uma escola social, visto que algumas delas só fazem refeições completas na escola. 

Você sabia?

No CEI Maria Amélia, mensalmente, são consumidos:

0
kg
de arroz
0
kg
de feijão
0
kg
de carne vermelha
0
kg
de frango
0
kg
de peixe
0
L
de leite

Cuidado e organização são palavras de ordem

Além do zelo com a alimentação dos alunos, há a preocupação com a saúde deles. Como prevenção, as crianças têm aulas de higiene e cuidado pessoal. No dia a dia da escola, elas contam com o carinho especial da “tia” Nikolly Rocha Almeida, que é acadêmica do curso de Enfermagem da Universidade Positivo e estagiária no CEI Maria Amélia desde o início do ano letivo. Durante o período da tarde, ela fica à disposição na unidade. Assim que chega, passa em todas as salas para verificar as crianças e confere se há alguma queixa.

O papel da Nikolly na escola é “preservar o bem-estar da criança, e não fazer qualquer tipo de tratamento”, esclarece ela. Caso seja necessário, a estagiária realiza intervenções não invasivas e ministra medicações, desde que haja receita médica. Em quadros mais preocupantes, os pais são acionados e orientados a procurar um médico. A futura enfermeira conta que, para ela, a melhor parte de trabalhar na escola é o contato com as crianças. “Sou apaixonada pela inocência e pelo carinho delas. Sempre que posso, visito as salas e passo um tempo com as crianças”, explica.

Quem também é fã desse contato com os pequenos é Rita de Cácia Barbosa, ou Ritinha, como foi ternamente apelidada. Rita é um paradoxo: uma pequena mulher com um coração gigante. Prestes a completar 27 anos de Grupo Positivo, se emociona quando se lembra dos momentos afetuosos com alunos que passaram pelas suas carinhosas mãos. Entre outras atividades, Rita é responsável pela parte administrativa da unidade. “Sentir o carinho das crianças, encontrá-las depois de formadas e ver que ainda se lembram da gente com amor, isso não tem preço”, conta Ritinha, emocionada.

Muitos não sabem, mas o CEI Maria Amélia funciona como qualquer outra empresa do Grupo Positivo. Trabalha a partir de um orçamento anual aprovado previamente, faz todo o processo de aquisição de materiais via ordem de compra e presta contas ao conselho fiscal, por exemplo. Além de realizar essas atividades, neste ano a escola precisou se adaptar aos processos e exigências da Prefeitura Municipal de Curitiba, uma vez que passou a receber estudantes da rede municipal de ensino, a partir de um convênio firmado com a instituição.

O investimento do Grupo Positivo no CEI Maria Amélia em 2023 é de R$1.726.000,00.  

Nem só de amor é feito o dia a dia

A parte burocrática é só uma parcela do trabalho da Rita no CEI Maria Amélia. Ela também é o braço direito da diretora da unidade, Gilciane Baggio Ortolani, ou Gil, como é conhecida por todos. Gil chegou à família Positivo há 38 anos, pelo Colégio Positivo – Júnior, onde atuou por 24 anos. Em 2010, foi convidada pelo professor Cixares Líbero Vargas, sócio do Grupo Positivo e idealizador da AMA, a gerir a escola social que ele estava criando. Na época, era um projeto apenas do professor Cixares e chamava-se Associação Maria Amélia, em homenagem à sua mãe. Em 2019, a AMA passou a ser administrada pelo Instituto Positivo, em parceria com o Colégio Positivo.

Hoje o CEI Maria Amélia recebe 97 crianças do Infantil 1 e Infantil 2, mas nos 12 anos de atuação já atendeu cerca de 500 famílias.

No início, foi feito um trabalho de divulgação no Jardim Gabineto, região do bairro em que a escola está instalada. A equipe procurou as famílias, uma a uma, para oferecer as vagas disponíveis. Foi feito um trabalho de busca pelas crianças, relembra Gil. Na época, a desconfiança daquela população dificultou um pouco o trabalho. Com o passar dos anos e com a abertura das portas para os pais e a comunidade, ofertando cursos e palestras, a relação foi se estreitando e hoje os moradores do entorno cuidam do CEI Maria Amélia com muito carinho.

Para Gil, que tem grande experiência na área educacional e é gestora do projeto desde o início, o maior desafio tem sido a adaptação à rede municipal de ensino. “Nós temos uma linha de trabalho no CEI Maria Amélia, dentro de uma concepção pedagógica e organização administrativa, que é questionada e muitas vezes rebatida pela equipe da Prefeitura, e que na verdade não é diferente do modo que eles trabalham”, explica. Neste momento, essa adaptação tem sido uma adversidade a ser vencida. A parceria foi firmada no ano passado, quando a Prefeitura convidou o CEI Maria Amélia para fazer parte de um convênio e receber estudantes da rede municipal.

O desenvolvimento das crianças é a grande missão

Apesar dos desafios na rotina, Gil entende que a missão por trás do dia a dia é o que sempre prevalece. Tomar as decisões e agir sempre pensando no melhor para o desenvolvimento dos alunos é o que norteia o trabalho na unidade. “Trabalhar com essas crianças me oportuniza ajudá-las a conquistarem melhores oportunidades. O prazer e a vontade de aprender começam aqui. Nós plantamos isso todos os dias, criando memórias positivas neles”, conclui.

A alegria e o poder que as crianças têm de transformar o dia parece ser consenso entre os colaboradores do CEI Maria Amélia. Único homem na unidade, José Valtemir da Silva também se sente contagiado pelos pequenos. Prestes a completar 15 anos de Grupo Positivo, Valtemir veio da Universidade Positivo há cerca de seis anos, para exercer a mesma atividade: a de segurança. Aos poucos, foi incorporando outras funções e hoje é o verdadeiro “faz-tudo” da escola. Desde dar boas-vindas aos alunos na entrada até realizar manutenções estruturais, a equipe conta com ele para diversas tarefas.

E, assim, quase sem ser lembrado quando pensamos no CEI Maria Amélia, esse time de profissionais atua longe dos holofotes, mas trabalha duro todos os dias para que a escola continue entregando aos estudantes e à comunidade o seu melhor, contribuindo, assim, para o desenvolvimento das crianças e proporcionando melhores oportunidades a elas.

Copy link
Powered by Social Snap