Widgetized Sidebar

This panel is active and ready for you to add some widgets via the WP Admin

Coluna Ponto de Vista traz “Relações de confiança que encantam e superam expectativas”

Confira o artigo de Cezar Teixeira, diretor financeiro do Grupo Positivo, na coluna Ponto de Vista

Terceiro de quatro filhos, nascido em Guarapuava, fiquei órfão quando tinha 3 anos, e minha irmã mais nova ainda estava em gestação. Diante dessa realidade desafiadora, minha mãe assumiu o papel de provedora e nos ensinou que os estudos seriam o passaporte para nossa independência e para a conquista de nossas ambições. Ela não verificava as notas dos boletins escolares que trazíamos para casa, mas assinava-os na nossa frente e nos lembrava do combinado: ela proveria o necessário, e nós, como filhos, seríamos responsáveis pelo nosso desempenho. Foi uma forma sábia de transmitir a importância da responsabilidade e do cumprimento de acordos. Essa lição foi fundamental para o meu entendimento de que o comprometimento e a confiança são pilares essenciais em qualquer relacionamento, inclusive na relação com os clientes, que se sentem confiantes de que a empresa cumprirá suas promessas.

Minha infância foi repleta de atividades que, sem eu perceber, me ensinaram o valor do trabalho e do encantamento através da criação e entrega de valor.

Tínhamos um “galpão maker” em casa, cheio de ferramentas e materiais para as mais diversas criações, de carrinhos de rolimã e casas para o cachorro até galinheiro. No início da adolescência, eu era praticamente um fazendeiro, cultivando uma horta que abastecia nossa família com verduras, legumes, temperos e também ovos das galinhas felizes. Sentia um prazer enorme em ver a natureza produzir, desde o brotar das sementes até a colheita. Esse mesmo prazer é algo que busquei replicar ao longo da minha carreira: a satisfação em produzir e entregar resultados que atendam às expectativas.

Minha jornada profissional começou com o desejo de ser um profissional liberal, e o curso de Ciências Contábeis foi a opção escolhida. No entanto, durante o curso, descobri as finanças corporativas e aprendi como reportar os efeitos da hiperinflação nos balanços das empresas. Iniciei minha carreira em um escritório de contabilidade, mas logo fui atraído por uma oportunidade em uma grande indústria da região. Foi lá que me deparei pela primeira vez com um computador pessoal e, com menos de 20 anos, me vi criando cenários de resultados que serviram de base para decisões estratégicas. Esse trabalho não era apenas técnico, mas envolvia também o entendimento das necessidades dos clientes internos, que dependiam desses cenários para tomar decisões cruciais.

Aos 20 anos, participei de um processo seletivo para trainee em uma grande empresa em Curitiba. Fui contratado, e minha habilidade com finanças corporativas, entendimento dos efeitos inflacionários nos negócios, juntamente ao conhecimento em planilhas eletrônicas, foram decisivos. Essa transição para Curitiba foi desafiadora: assumi minha independência e tive uma grande oportunidade de crescimento pessoal e profissional.

Iniciei em planejamento econômico e fiz vários movimentos na área financeira até alcançar a posição de diretor financeiro, aos 35 anos, após ter assumido a missão de gerir as finanças durante um período de crise financeira na empresa decorrente de um importante ciclo de investimentos. Isso ocorreu em meio a uma tempestade perfeita para empresas endividadas: o cenário era de fuga de capitais do país, forte desvalorização da moeda, alta expressiva de juros e aversão ao risco por parte dos credores. A relação de transparência que mantive com os credores foi decisiva para renegociarmos as dívidas de forma amigável. Prevaleceu o senso de compromisso e responsabilidade, os combinados foram cumpridos e tudo foi resolvido de forma imperceptível por fornecedores e funcionários, permitindo foco na operação e garantindo a continuidade do negócio e a entrega aos clientes.

A transparência constrói relações de confiança, essencial com equipes, colegas e clientes, para encantá-los e criar uma base sólida de fidelidade. Mais tarde, fui atraído para um novo desafio, em uma empresa europeia que investiu no Brasil e rapidamente ocupou espaço entre os maiores do segmento. Embora o êxito comercial fosse evidente, a situação financeira era deficitária, ocasionando elevação de dívidas e necessidade de aportes dos acionistas. A partir do diagnóstico das causas da ineficiência financeira, reconfigurei o modelo financeiro e tributário, resultando em geração de caixa para pagar todas as dívidas e distribuir dividendos aos acionistas, além de construir times que deram continuidade ao modelo.

Cheguei ao Positivo em 2012, “grávido” de um menino, o Bruno. Era um momento de transição da gestão dos fundadores para executivos profissionais; havia ambição de acelerar o crescimento dos negócios. Minha missão era apoiar esse processo, utilizando meus conhecimentos em finanças corporativas e oferecendo suporte às unidades de Negócios por meio da Central de Serviços Compartilhados, que havia sido recém-criada com conceitos, sistemas e indicadores baseados nas melhores práticas, para prestar serviços com elevado nível de qualidade a custos competitivos. E essa missão vem sendo cumprida com foco na saúde financeira dos negócios, construção de equipes, melhoria de processos com foco em eficiência e nível de serviço de acordo com a expectativa dos clientes.

Ao longo da minha trajetória, aprendi que a centralidade no cliente não é apenas um conceito, mas uma prática diária que se reflete em cada decisão tomada.

Desde as lições de responsabilidade e compromisso que aprendi na infância até os desafios enfrentados em grandes corporações, o foco sempre esteve em garantir que os clientes recebessem o melhor, fossem eles consumidores finais, fornecedores ou parceiros. Encantar o cliente e colocar suas necessidades no centro das decisões é, e sempre será, o alicerce de uma carreira bem-sucedida, independentemente da atividade profissional.

Copy link
Powered by Social Snap