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Erro e aprendizado na empresa

Para inovar, é necessário experimentar

Erro e aprendizado na empresa

Para inovar, é necessário experimentar

Odiamos errar. Associamos fortemente o erro à perda. Perda de recurso, perda de credibilidade, perda de afeto até. Amamos o acerto, que associamos ao ganho, à segurança. No entanto, muito mais odiamos o erro do que amamos o acerto. Muito mais somos avessos à perda do que desejamos o ganho. Inúmeras pesquisas comportamentais constataram essa assimetria no comportamento humano, e até já se estimou em experimentos que o ser humano é cerca de três vezes mais avesso à perda do que disposto ao ganho.

No entanto, a associação que fazemos entre erro e perda nem sempre é verdadeira. Cabe separar o erro ruim do erro com potencial construtivo, que tem um lado bom. O erro ruim, via de regra, é aquele que decorre de algo que já sabíamos, mas não tivemos o cuidado de levar em conta em nossa ação (seria uma negligência individual – e somos todos imperfeitos, então atire a primeira pedra quem nunca foi negligente em algum momento!).

Pensando na empresa, erro ruim seria aquele decorrente da falta de observação a uma prática que já faz parte do know-how de uma ou mais equipes que se articulam. A gente também pode chamar esse erro de “erro velho”, ou seja, um erro que já cometemos no passado, mas não tivemos a capacidade individual ou coletiva de preveni-lo. O erro ruim também pode ser o erro relacionado a questões éticas. Um desvio claro do que é moralmente certo ou justo. Pode também ser decorrente de uma completa fatalidade.

Já o erro com potencial construtivo está ligado ao novo conhecimento que ele é capaz de gerar. Por exemplo, às vezes presumimos que sabemos o que o nosso cliente pensa ou quer, mas de fato não sabemos. Para aprender, precisamos observá-lo diante de novas situações, e basear nossas conclusões nos fatos e evidências observáveis.

Quando pensamos em inovação, seja para o cliente ou para os processos internos, é quase inevitável pensarmos também em alguma experimentação para levantar evidências que confirmem ou refutem uma hipótese na qual temos esperança. Não que a gente queira errar (nunca se quer o erro, nem mesmo o erro construtivo), mas não há como separar a experimentação da possibilidade concreta do erro – salvo uma experimentação que já sabemos que vai dar certo, e que deixa de ser experimentação de fato.

Em resumo, se queremos ser uma empresa que inova e aprende, precisamos ser bons em gerar experimentos em série e rotineiramente, desviando de nossas certezas, rumo a cenários desconhecidos que entendamos plausíveis. Experimentos ágeis, que gerem aprendizados relativamente rápidos, com baixo custo e com risco aceitável. Precisamos saber distinguir erro de perda, saber separar o erro com potencial construtivo (que deve ser aceito, ainda que não gostemos dele) do erro ruim. Precisamos especialmente de uma cultura que incentive a confiança e a agilidade, para gerar esses inevitáveis erros, inerentes à experimentação, à inovação e ao aprendizado. Vamos juntos em busca dessa cultura que valoriza o aprendizado contínuo, a rotina de experimentos e os aprendizados baseado em evidências?

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